Para o setor comercial e turístico de Puerto Iguazú, crescimento pede a resolução do problema das filas na Ponte Tancredo Neves. Guias de turismo e entidades iguaçuenses cobram a conclusão da duplicação da Rodovia das Cataratas. Foz do Iguaçu e Presidente Franco não aceitam que seja empurrado o prazo para abrir a Ponte da Integração.
Na região trinacional da Argentina, Brasil e Paraguai, os caminhos convergem para a necessidade de mobilidade, acesso desburocratizado às cidades coirmãs e trânsito fluido de pessoas e veículos. Sem essas condições, o desenvolvimento das comunidades fronteiriças é limitado, e a integração, restringida.
Levantamentos de diferentes instituições, feitos diretamente com o público, confirmam o que é sabido no dia a dia: a percepção negativa de moradores e visitantes pela dificuldade que é ir e voltar de Puerto Iguazú. A burocracia e a apatia, nos termos de um parlamentar argentino, não devem continuar sendo travas para o crescimento.
Uma solução foi levantada pela ministra portenha da Segurança Nacional, que é recolher a aduana para a área interna do município. Outra propõe reordenar o funcionamento dos guichês de entrada e saída e diminuir a demora para a travessia. Em ambos os casos, o pior que pode ocorrer é as propostas permanecerem no âmbito dos discursos.
Já a duplicação da Rodovia das Cataratas foi iniciada em setembro de 2022 para ser concluída em um prazo de 18 meses. A obra se arrasta. Corredor turístico, é o caminho iguaçuense que leva ao Parque Nacional do Iguaçu, assim como ao aeroporto, hotéis, atrativos e bairros da Região Sul da cidade.
Com o trânsito refreado, é uma via quase inviável em dias de grande movimento, devido às intervenções que não terminam. Perigosa sobre o pavimento, é prejudicial à economia. Uma empresa tradicional do setor de turismo, que mobiliza grande número de guias e agentes do ramo, por exemplo, viu o movimento minguar em 90% por causa das dificuldades de acesso dos turistas ao local.
Ao custo de R$ 373 milhões do erário, a Ponte da Integração foi declarada concluída em 2023. Assim, pronta há dois anos, sua única serventia é manter suspensa a iluminação cênica alusiva às cores dos dois países sócios no empreendimento e para fotografias, em miradas de algum ponto da fronteira.
O que se espera é que o poder público do Brasil e do Paraguai tenha um cronograma de trabalho conjunto, a fim de resolver todas as demandas — de pessoal para as operações a procedimentos e estruturas de controle —, permitindo levantar as barreiras. Isso porque as obras complementares à ponte estão chegando ao fim, como a Perimetral Leste e as aduanas. É mais uma urgência da fronteira.