O ciclista e maratonista João Carvalho Tavares (69) voltou a abrir a sua faixa em Foz do Iguaçu, agora para pedir a conclusão da obra parada da Avenida JK, na altura do viaduto e conexão com a Avenida Tancredo Neves. O serviço de revitalização da via era para ficar pronto em maio, mas passou por aditivo de prazo e preço (veja abaixo).
Sim, o morador voltou ao local porque quase dez anos atrás ele levantou a sua voz para reivindicar obras de trafegabilidade e acessibilidade a ciclistas, pedestres e pessoas com deficiência. Morador dedicado a causas coletivas, encabeçou campanha de abaixo-assinado que reuniu cerca de cinco mil assinaturas e cartas de apoio de instituições.
Agora, no viaduto, no começo da manhã, o atleta veterano passa a exibir a faixa em prol da mobilidade urbana. Motoristas que passam pelo local o saúdam com buzinas, enquanto ciclistas que usam esse trecho, que está intransitável e no “terrão”, param para conversar, endossar o protesto e registrar o apoio em fotos e vídeos.
“Falta segurança e condições de trafegabilidade para quem vai trabalhar e estudar de bicicleta ou praticar esporte”, expôs. “Quem evita passar por aqui, porque está sem condições nenhuma, se arrisca entre os carros na avenida, no meio do movimento, ou então em busca de calçadas”, complementou.
Ele criticou o poder público pelo atraso da obra. “É algo urgente, que precisa acabar. Essa morosidade é uma negligência dos gestores em atender às necessidades da comunidade. Falo não só pelos esportistas, mas por causa de trabalhadores e estudantes, porque muitos usam a bicicleta como único meio de transporte, precisando de segurança”, salientou João Tavares.
Obra parada da JK
A revitalização da Avenida JK está paralisada, restando retomá-la desde o terminal de ônibus até a Avenida Jorge Schimmelpfeng, no centro. E também na área do viaduto que leva à Ponte Internacional da Amizade. O H2FOZ noticiou a situação recentemente (clique aqui). A prefeitura declarou que a interrupção dos trabalhos é temporária.
“A Secretaria Municipal de Obras esclarece que a paralisação temporária da obra de revitalização da Avenida Juscelino Kubitschek se deve à necessidade de revisão e readequação da planilha orçamentária e alterações no projeto do trecho entre o Terminal de Transporte Urbano e a Avenida Jorge Schimmelpfeng”, apontou.

Especificamente na região do viaduto, falta fazer a interligação da ciclovia entre as avenidas JK e Tancredo Neves, incluindo a reconstrução de um trecho da rede subterrânea da Copel. A malha de eletricidade é de aproximadamente 175 metros e foi retirada para execução das galerias pluviais.
O prazo de conclusão da obra foi alterado para outubro de 2025, com vigência do contrato até dezembro. O valor inicial de R$ 23,6 milhões também foi majorado. “Foi firmado aditivo de serviços em dezembro de 2024. O valor da obra foi reajustado para R$ 25,9 milhões”, relatou a prefeitura. A maior parte do custo, R$ 22 milhões, advém da Itaipu Binacional, que não é responsável pela execução do serviço nem pela aplicação do dinheiro.
Cicloviaduto
O objetivo da mobilização pública encampada por João Carvalho Tavares em 2016 era concretizar o projeto Cicloviaduto, conexão entre as avenidas JK e Tancredo Neves seguindo padrões de acessibilidade e mobilidade urbana em todo o trecho. Em seu protesto atual, ele renova o pedido por melhorias para pedestres e ciclistas na área do viaduto.
A proposta é ampliar a pista da Avenida JK no sentido à Vila A, criando a faixa exclusiva para ciclistas, bem como calçadas. Embaixo do viaduto, na alça, o pedido é de ajustes que permitam o uso por ciclistas, especialmente para acessar a Vila Portes, e a instalação de equipamentos de segurança. Conforme João, ele estará no viaduto para voltar a solicitar essas providências quando as obras da JK recomeçarem.
Diga Aí
É um canal direto do morador com o portal H2FOZ, que pode enviar reclamações, pedidos de providências pelo poder público e sugestões de pautas de reportagens sobre o dia a dia de Foz do Iguaçu. O acesso é a um clique, no WhatsApp: (45) 99828-6840.