Aida Franco de Lima – OPINIÃO
A história da criança de 2 anos e 7 meses que foi encontrada perdida na mata pelo 9.º Batalhão de Bombeiro de Foz do Iguaçu, na última sexta (24), gerou comoção nas redes sociais. E um detalhe, que na verdade foi um grande e mágico diferencial, foi a participação de um cachorrinho.
O texto, no Instagram da corporação, narra o ocorrido: “No começo tinha um cachorrinho… eu olhei pra ele e falei: ‘Cachorrinho, me leva até essa menina, cadê ela?’ Até agora não sei o nome dela certinho. Mas esse cachorrinho levou a gente pro lugar certo”, disse o cabo Moreira no começo das buscas ao avistar o cão no meio da mata.
Havia um misto de medo e ansiedade, pois como uma menininha tão indefesa, descalçada, iria aguentar a exposição à queda de temperatura na noite, entre outros riscos aos quais estaria exposta? O receio de que o pior pudesse ter acontecido não poderia ser maior que os esforços para encontrá-la o mais rapidamente possível.
A garotinha já estava desaparecida havia duas horas e meia, quando o grito mais esperado chegou: “Criança encontrada!”
“De repente, numa trilha que subia, o Cabo Moreira e o Sargento Edmar encontram ela lá no alto… bem no meio da trilha, olhando pra eles. Cabelo nos olhos, sem chorar, sem falar. E disseram ‘Vem, vem, vem’… e ela não foi. Então os militares foram até ela, pegaram no colo. Ela só disse: ‘Sede’ e ‘Dodói’.”
A menina estava descalça, com o corpo arranhado, mas consciente. “Ela estava lá… quietinha, viva. E aquele mesmo cachorrinho que me levou, estava do lado dela. Parecia que ele queria avisar de alguma forma.”
Todos que auxiliavam nas buscas ou apenas aguardavam notícias comemoraram. E na internet muita gente perguntava: e o cachorrinho? Alguém adotou? O que aconteceu com ele?
Ele não estava ali por acaso. Tinha uma missão e a cumpriu. Foi ao encontro criança e permaneceu ao seu lado esperando o socorro. De acordo com o comando do 9.º Batalhão de Bombeiro de Foz do Iguaçu, o cachorro tem como tutor um bombeiro civil que trabalha em resgate na rodovia (EPR Pedágio).
No tribunal da internet, muita gente questionou também onde estavam os responsáveis pela criança. Ela é cuidada pelos avós, que ao todo são responsáveis por cinco crianças. Moram em uma área de baixa renda, cuja moradia não tem muros. Quem sabe, com a história tendo ganhado as redes sociais, uma onda de solidariedade possa ajudar a família a proteger melhor a residência e que o Novo Horizonte vá além do endereço, mas vire uma realidade.
Parabéns a todos os envolvidos, em especial à equipe do primeiro-tenente Valenga, primeiro-sargento Edmar, cabos Moreira e Rayana, soldados Florêncio, Defendi, Postiglioni e Gomes. E ao bombeiro civil e ao animalzinho de quatro patas, que mesmo no anonimato construíram um final feliz para essa história. Os animais são seres incríveis e nestas ocasiões, conseguimos ter uma pequena amostra do quanto são especiais.
Este texto é de responsabilidade do autor/da autora e não reflete necessariamente a opinião do H2FOZ.
Quer divulgar a sua opinião. Envie o seu artigo para o e-mail portal@h2foz.com.br