Aida Franco de Lima – OPINIÃO
Imagine uma cidade com pontos elétricos para a comunidade carregar seus carros gratuitamente, placas solares para captar energia em escola pública e posto de saúde, uma escola com biodigestor, que transforma resíduos orgânicos em biogás e biofertilizante. E mais, uma reserva ecológica com uma lagoa azulada, trilhas e animais pela mata, situada na Reserva Ecológica Caraguatatiba da Divisa. Pertencente à Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP), são 222 hectares preservados, que equivalem a mais de 300 campos de futebol. Além de outro projeto, a menina dos olhos de muitos por aí: a implementação dos créditos de carbono.
Não é uma capital nem um grande centro, muito menos fica em algum país da Europa. É no Paraná, na pequena São Manoel do Paraná, no Noroeste do estado, que conta com uma população menor que muitos bairros de algumas cidades. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população corresponde a 2.138 pessoas.
Em 2025, São Manoel do Paraná ficou entre as cem melhores cidades do Brasil no Índice de Progresso Social (IPS) e em sexto lugar no Paraná.
É mais uma prova de que tamanho não é mesmo documento! São Manoel do Paraná já mostrou como é possível o poder público mobilizar-se em prol da sustentabilidade. Algo que cidades maiores precisam aprender e colocar em prática.
Todos esses feitos tiveram início a partir de 2017, na gestão do ex-prefeito Agnaldo Trevisan (PSB). Projetos a longo prazo que começam a ter resultados, como o biodigestor entregue à Escola Municipal Monteiro Lobato, no último dia 26 de junho. O projeto foi patrocinado pela Itaipu, por meio do programa Itaipu mais que Energia, que visa a fortalecer o desenvolvimento regional com investimentos em projetos ambientais, de infraestrutura, sociais e culturais.
- De acordo com o site da prefeitura, “o biodigestor irá utilizar restos de alimentos produzidos pela escola e água como matéria-prima para a produção de biogás, que será empregado na preparação de refeições na cozinha escolar. Além disso, o equipamento também gera biofertilizante de qualidade, ideal para o uso em hortas e demais cultivos, fortalecendo as práticas de agricultura municipais”.
Estamos vendo o calor infernal na Europa consumindo as florestas, enchentes na Índia, Paquistão. Enfim, os sinais visíveis das mudanças climáticas extremas. As iniciativas precisam acontecer na prática, e isso deve partir das prefeituras, das secretarias de Meio Ambiente, como tanto já discutimos aqui.
E mais, ações similares precisam ser transformadas em políticas públicas para assegurar que nas trocas de gestão os bons projetos tenham continuidade e não sejam estagnados por conta de jogo político. O cuidado com o meio ambiente há muito deixou de ser coisa de ambientalista. É questão de sobrevivência.
A qualidade de vida é um direito da população e ela é alcançada quando o meio ambiente deixa de ser visto como um empecilho e passa a ser o mais importante aliado.
Este texto é de responsabilidade do autor/da autora e não reflete necessariamente a opinião do H2FOZ.
Quer divulgar a sua opinião. Envie o seu artigo para o e-mail portal@h2foz.com.br